Como todo bom autoentusiasta, sempre tive vontade de conhecer vários destinos ao redor do mundo devido à sua importância na história do automóvel. A maioria deles na Europa. Núrburgring, Le Mans, Maranello e muitos outros. Também gostaria de visitar os Salões de Frankfurt, Paris, Genebra e Tóquio. Nos Estados Unidos o principal destino sempre foi Detroit, palco do principal salão americano, onde estive por duas vezes, em 1998 e em 2007.
Quem é leitor da Folha de S. Paulo pôde ler neste domingo uma matéria sobre Detroit, a (ex)capital do automóvel, na última página do caderno Mais. Estranhei o fato da matéria estar nesse caderno. Relembrei minha última visita em 2007 e concordei que não poderia estar no caderno de turismo. A matéria da Folha fala exatamente sobre a decadência de uma das maiores cidades americanas e mostra que existe possibilidade de um renascimento mais vigoroso, a exemplo de sua cidade irmã, Turim, na Itália. Turim, que um dia foi o berço do design italiano e europeu e onde está a sede da Fiat, também sucumbiu às crises nas décadas de 70 e 80, e hoje está se reerguendo.
Acredito que a grande maioria saiba o significado de Detroit para o automóvel, mas algumas informações são interessantes.
A cidade foi fundada em 1701 pelo oficial francês Antoine de la Mothe Cadillac e o seu nome original era Fort Ponchartrain du Detroit. Mais tarde, durante a década de 1760, houve conflitos com ingleses e indígenas do Canadá, que fica na outra margem do rio Detroit. Um tal de Chefe Pontiac fez uma rebelião e tentou tomar o Forte Detroit. Dái que vem o índio nos capôs dos Pontiacs antigos!
Foi em Detroit que Bill Durant, Henry Ford, irmãos Dodge e Walter Chrysler iniciaram as companhias que se tornariam as Big Three, as Três Grandes - não mais tão grandes - GM, Ford e Chrysler. Por isso Detroit também ficou conhecida como a Capital do Automóvel ou Motor City.
No auge de sua glória Detroit teve 1,85 milhões de habitantes, sendo que em 2007 sua população havia caído para pouco mais que 900 mil habitantes. Com as diversas crises no setor, a automatização de fábricas, a instalação de novas fábricas em outras regiões dos Estados Unidos para fugir dos custos e sindicatos são fatores que levaram a cidade à decadência.
Detroit já foi palco da Fórmula 1 por 7 anos, de 1982 a 1988, com vitórias de Nelson Piquet em 1984 e de Ayrton Senna de 1986 a 1988. E a Belle Isle, uma ilha no rio Detroit, também já foi palco de provas da CART, onde o Emerson venceu em 1989 e 1991, e IRL, entre outros campeonatos. Mas atualmente o circuito também não faz mais parte dos calendários mais importantes.
Dei uma olhada nas minhas fotos de 2007, quando visitei o Salão de Detroit, e achei que seria bacana dividi-las com os vocês. O Salão sempre acontece no começo de janeiro, muito frio e com neve algumas vezes. No ano em que estive lá não nevou. Em um dos dias que fui ao enorme salão consegui dar uma escapada e circular um pouco pelo centro e arredores, de carro e também num tipo de metrô elevado chamado People Mover, que percorre um circuito ao redor do centro numa única linha, num único sentido. Minha impressão foi de que realmente o brilho da cidade acabou. Quase não havia pessoas na rua, pouco movimento de carros, enfim, pouca vida. Em 2008, quando a crise imobiliária atingiu seu ápice, lembro de ter visto Detroit várias vezes no noticiário como um dos lugares com a maior quantidade de imóveis vagos. As pessoas simplesmente saíram da cidade e deixaram suas casas abandonadas.
Muito interessantes são os dizeres que estão na bandeira da cidade, em latim: Speramus Meliora; Resurget Cineribus - Nós Esperamos Por Coisas Melhores; Deverá Ascender das Chamas. O prédio sede da GM se chama Renaissance (renascimento) Center, também chamado de Ren Cen.
Espero voltar lá quando tudo já estiver renascido.
Passeio no People Mover - tudo vazio!
Quem é leitor da Folha de S. Paulo pôde ler neste domingo uma matéria sobre Detroit, a (ex)capital do automóvel, na última página do caderno Mais. Estranhei o fato da matéria estar nesse caderno. Relembrei minha última visita em 2007 e concordei que não poderia estar no caderno de turismo. A matéria da Folha fala exatamente sobre a decadência de uma das maiores cidades americanas e mostra que existe possibilidade de um renascimento mais vigoroso, a exemplo de sua cidade irmã, Turim, na Itália. Turim, que um dia foi o berço do design italiano e europeu e onde está a sede da Fiat, também sucumbiu às crises nas décadas de 70 e 80, e hoje está se reerguendo.
Acredito que a grande maioria saiba o significado de Detroit para o automóvel, mas algumas informações são interessantes.
A cidade foi fundada em 1701 pelo oficial francês Antoine de la Mothe Cadillac e o seu nome original era Fort Ponchartrain du Detroit. Mais tarde, durante a década de 1760, houve conflitos com ingleses e indígenas do Canadá, que fica na outra margem do rio Detroit. Um tal de Chefe Pontiac fez uma rebelião e tentou tomar o Forte Detroit. Dái que vem o índio nos capôs dos Pontiacs antigos!
Foi em Detroit que Bill Durant, Henry Ford, irmãos Dodge e Walter Chrysler iniciaram as companhias que se tornariam as Big Three, as Três Grandes - não mais tão grandes - GM, Ford e Chrysler. Por isso Detroit também ficou conhecida como a Capital do Automóvel ou Motor City.
No auge de sua glória Detroit teve 1,85 milhões de habitantes, sendo que em 2007 sua população havia caído para pouco mais que 900 mil habitantes. Com as diversas crises no setor, a automatização de fábricas, a instalação de novas fábricas em outras regiões dos Estados Unidos para fugir dos custos e sindicatos são fatores que levaram a cidade à decadência.
Detroit já foi palco da Fórmula 1 por 7 anos, de 1982 a 1988, com vitórias de Nelson Piquet em 1984 e de Ayrton Senna de 1986 a 1988. E a Belle Isle, uma ilha no rio Detroit, também já foi palco de provas da CART, onde o Emerson venceu em 1989 e 1991, e IRL, entre outros campeonatos. Mas atualmente o circuito também não faz mais parte dos calendários mais importantes.
Dei uma olhada nas minhas fotos de 2007, quando visitei o Salão de Detroit, e achei que seria bacana dividi-las com os vocês. O Salão sempre acontece no começo de janeiro, muito frio e com neve algumas vezes. No ano em que estive lá não nevou. Em um dos dias que fui ao enorme salão consegui dar uma escapada e circular um pouco pelo centro e arredores, de carro e também num tipo de metrô elevado chamado People Mover, que percorre um circuito ao redor do centro numa única linha, num único sentido. Minha impressão foi de que realmente o brilho da cidade acabou. Quase não havia pessoas na rua, pouco movimento de carros, enfim, pouca vida. Em 2008, quando a crise imobiliária atingiu seu ápice, lembro de ter visto Detroit várias vezes no noticiário como um dos lugares com a maior quantidade de imóveis vagos. As pessoas simplesmente saíram da cidade e deixaram suas casas abandonadas.
Muito interessantes são os dizeres que estão na bandeira da cidade, em latim: Speramus Meliora; Resurget Cineribus - Nós Esperamos Por Coisas Melhores; Deverá Ascender das Chamas. O prédio sede da GM se chama Renaissance (renascimento) Center, também chamado de Ren Cen.
Espero voltar lá quando tudo já estiver renascido.
Passeio no People Mover - tudo vazio!
O Ren Cen, sede da GM. Os novos modelos da GM são exibidos no térreo. Repare na arquitetura externa e interna e na cafeteria com telhado de vidro e vista para o rio Detroit. Tomei uma chamada por fotografar a estrutura do teto de vidro. A dica é, na dúvida não pergunte se pode.
Duas Igrejas muito bonitas e a ponte Ambassador, que liga Detroit a Windsor no, Canadá. O final de tarde estava muito agradável. Na outra margem do rio está Windsor.
Reparando na arquitetura pode-se ver vários prédios no estilo Art Déco. A foto no estacionamento é no telhado do Cobo Hall. Lá também tem alguns alagamentos.
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