MEUS MUSTANGS

Post feito originalmente para o blog AUTOentusiastas.

Que dúvida!
Os que me conhecem há mais tempo sabem que eu sempre tive um dilema, Camaro ou Mustang. Acredito que eu não deva ser o único! Mas recentemente decidi sair de cima do muro e se fosse o caso de escolher entre um ou outro concluí que optaria pelo Mustang.

O Camaro é um Chevy, que sempre foi minha preferência sobre a Ford. Coisa que vem principalmente do pai. O primeiro carro da família que tenho na minha memória é um Opala 1974 azul, de quando eu tinha 4 anos. Depois dele foram vários outros. E uma série de Chevettes para minha mãe. Mais tarde veio um Monza, no qual eu iniciei minha vida na direção. Depois mudamos para a VW. Nunca houve um Ford em casa. Até Uno já teve! Mas o fato é que o Mustang sempre me encantou. Não tanto como os Corvettes Stingray (como o da tasteira do blog), é verdade.

Fiquei alguns dias pensando em qual seria a minha primeira memória de um Mustang. Cheguei a um Mach 1 1971/1972 que devo ter visto com sete ou oito anos. Esse Mach 1 tem um capô enorme! Tenho certeza que o emblema com o mustang galopante deve ter alguma influência também, no inconsciente. Somos bombardeados com informações que nem sempre percebemos como são processadas lá dentro da cachola. Eu sempre gostei de liberdade e esse espírito que o emblema evoca me atrai muito. Pena que nem sempre consiga vivê-lo.


Espírito Mustang

Outro dia, já faz tempo na verdade, eu estava num shopping almoçando com o pessoal do trabalho. Numa das vitrines havia um pôster gigante com um Mustang 68 visto de frente. Era uma foto belíssima. Fiquei parado olhando a foto por minutos e tentando entender o que estava me hipnotizando daquele jeito. Seria o cavalinho? Pode ser! Mas naquele dia não cheguei a nenhuma conclusão concreta. Apenas disse aos meus colegas não entusiastas: "Não me interessa que motor esse carro tem, que ano ele é, se é melhor ou pior que outros carros dessa época. Só imagino que ele ande suficientemente bem, é que me desperta um desejo enorme". Ou seja, o todo, o conjunto que é algo mágico. Ninguém me entendeu direito e eu também não quis perder tempo tentando explicar algo que não é todo mundo que sente, ou que tem consciência de que sente.

Desde então eu tenho esse pensamento que gosto muito de Mustangs. Fazer fotos deles, e foram muitas e de vários modelos, é sempre um prazer. 

Acho que a frente do Mustang, com os faróis afundados e o capô com o bico saliente na parte superior, meio que encobrindo toda a grade, é uma marca registrada. Uma das mais belas de todos os carros de todos os tempos. Gosto muito de todas as variações, mas os GT com faróis no meio da grade são os mais fantásticos. A Ford perdeu essa identidade na segunda, terceira e quarta gerações. Mas felizmente, e sábiamente, voltou com ela na belíssima frente da geração mais recente. E o Camaro nunca teve uma frente realmente empolgante. Apenas esse Bumblebee eu acho realmente bacana. Os Pontiacs sempre tiveram mais identidade que o Camaro.

GT500 2011

Outra coisa que também faz parte da personalidade do Mustang é o caimento do teto que forma a coluna C com suas "guelras". Claro que até agora sempre me referi ao fastback! Não gosto muito dos hardtops. As "guelras" mas bacanas são as da primeira geração até 1966. 

1966

1967

Em 1967 ficaram muito simples. Em compensação, a partir daí, 1967, a traseira ficou mais encorpada, musculosa. As lanternas traseiras tripartidas também são outro elemento característico muito interessante. Normalmente os cupês têm frente em cunha, como um Datsun 240Z. Mas no caso do Mustang a combinação da frente praticamente reta com a caída do teto na traseira o fazem diferente.

1967

Fastback!

Falando dos modelos atuais de Mustang e Camaro muito se discute sobre o eixo rígido na suspensão traseira do Ford, que no Chevy é independente. Isso não muda minha escolha. Como eu disse, minha preferência é pelo todo, e pouco me importam os comparativos. Não há comparativo que mude a cabeça de alguém quando já se tem uma resposta. Além do mais, em quase todos os comparativos que li o Mustang dá um pau no Camaro, mesmo tendo eixo rígido. OK, para rodar por aqui o Camaro deve ser melhor. Quanto? Tanto faz! Andei bem forte em serras na Califórnia e o Mustang sempre esteve mais do que na mão.

Já dirigi ambos e achei o Camaro uma carro fenomenal. Mas outro dia escutei um indiano de uma agência de publicidade falando que a perfeição é algo chato, boring. Concordo plenamente. Um grau de imperfeição é o que torna algumas coisas melhores que outras. Ao menos mais excitantes.

Bem, toda essa enrolação só para contar que na realidade eu tenho uma pequena coleção de Mustangs e achei que chegou a hora de revelar esse meu segredo ao mundo! Passei o Carnaval isolado em um sítio no interior de São Paulo de onde já tirei fotos de tudo que é jeito. Então decidi levar minha coleção para lá e fazer algumas fotos para o AUTOentusiastas.


























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